11 de outubro de 2011

A calcinha

 
 
Os primeiros registros que mostram modelos de “calcinhas” datam do ano 40 A . C. em Roma. Eram pedaços de algodão, linho ou lã amarrada ao corpo como fraldas. As calças de baixo femininas se difundiram mesmo no século XVI, como imitação das masculinas.
No século XVI, Catarina de Medicis usou o culote, ainda inspirado nas calças masculinas para montar a cavalo. O culote era um tipo de calça cigarrete larga criada para que as mulheres pudessem se movimentar mais à vontade, sem ficar com seu sexo exposto.
Nos séculos XVIII e início do XIX, as dançarinas e femes de theatre, artistas das artes performáticas, a dança, delicada, insinuante, mas controladas por decretos de lei, eram obrigadas a usar roupas de baixo, porque ao dançar, levantavam às vezes as pernas acima da cintura.
As “calcinhas” descritas acima, não eram usadas por todo o povo, a maioria das mulheres nem sonhavam em tê-la. Ficavam com suas partes intimas ao ar. Apenas as mulheres da realeza usavam o culote. Havia ainda o cinto de castidade, contraceptivo metálico ajustado em torno da genitália feminina e trancado a chave pelo marido ou pelo amante desconfiado e paranóico. Mais que um contraceptivo, um instrumento de tortura. Uns cobriam apenas a região da vagina, outros nem o ânus deixavam de fora. Na hora do aperto, as usuárias tinham de se aliviar através das frestas e orifícios disponíveis em pontos estratégicos, os quais eram mínimos, além de protegidos por lâminas ou hastes pontiagudas, para evitar o acesso de algum dedo mal-intencionado. Sem o amparo de higiene, transformava-se em foco de doenças. E pensar que o uso do cinto podia se prolongar por meses. As esposas dos cruzados usavam frequentemente, talvez para garantir que não seriam traídos na longa ausência.
Quando um cavaleiro saia a caminho das Cruzadas encomendava um novo cinto para sua mulher e parte sem saber que o ferreiro do castelo fizera uma duplicata da chave. Segundo James Brundage, renomado especialista em sexualidade medieval, o cinto de castidade só foi usado para valer por homens, não por mulheres. Maneira mais segura que se encontrou para preservar a integridade física de prisioneiros à mercê de guardas mal intencionados.
A professora Felicity Riddy, juntamente com outro estudioso, do centro de estudos Medievais da Universidade de York, está prestes a publicar um ensaio contradizendo o tema, dizendo que o símbolo máximo da repressão sexual e do machismo medieval, não passou de fantasia vitoriana e promete provar isso com farta documentação. Aponta ainda os satiristas Guillaume de Machaut e Rabelais como os responsáveis pela mitologia que se criou em torno do cinto de castidade. Não creio que o cinto de castidade seja um mito, visto que as mulheres sofriam nesta mesma época com o terror do espartilho.
Como no caso do soutien , só com a primeira guerra mundial é que as calcinhas começam a ganhar os contornos das que conhecemos hoje. Quanto mais a mulher ganhava espaço na sociedade, mais a calcinha foi diminuindo.
Bibliografia:
_Livro:A História do soutien • Ana Caralina Moraes • Breno Borba • Juliana Caldeira • Ludmila Bastos • Maria Gabriela T. M. Paiva Edição 2002
_Consultas aos Sites: • www.uol.com/modabrasil/acontece/panos • www.modavip.com.br/histdalingerie • www.estado.estadão.com.br/jornal
 

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